Sociologia da educação
Michel Foucault
Foucault considera que foi durante a época clássica que se deu a descoberta do corpo como alvo e objeto do poder, para a manipulação, a modelação, o treinamento e a submissão de maneira detalhada e sistemática, produzindo-se uma nova “microfísica” celular do poder. Foi nos séculos XVII e XVIII que as disciplinas se transformaram em formas de dominação, interpretadas por Foucault como modalidade de “controle minucioso das operações do corpo”, visando a sujeição constante e a utilidade, a obediência e a habilidade. Para ele “a disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, corpos dóceis” (1999, p.119), para a rotina dos colégios, escolas, hospitais, organizações militares e religiosas.
O passo seguinte foi estender esse tipo de organização para o uso na produção industrial, tornando a fábrica muito parecida com um convento ou uma fortaleza, na qual os vigilantes monitoram o ingresso dos trabalhadores individualmente após um sinal sonoro que determina o início das atividades de trabalho, para prevenir a ociosidade e as agitações que diminuem o ritmo e a quantidade da produção e proteger as matérias-primas, máquinas e ferramentas de um uso inadequado (Foucault, 1999, p.122).
Observamos isso na cena de revezamento, em que a máquina nem para, o outro operário apenas pega as ferramentas de Carlitos e dá continuidade ao trabalho. Logo nas primeiras cenas podemos notar a ideia de corpos dóceis de Foucault. Quando o chefe vigia os operários pela sua televisão, dando ordens para aumentar a velocidade das máquinas, até no banheiro o personagem de Chaplin é vigiado, supervisor nas seções vigiando e controlando os operários. Cada um mecânica e exaustivamente fazendo sua função.
E assim foi e ainda é na educação. Para perceber é só observar a estrutura que a escola é construída, a disposição das carteiras em sala, os toques para inicio da aula, intervalo, saída, troca