sociolinguistica
Prof. Ângelo Renan A. Caputo
Especialista em Linguística Textual
Qualquer comunidade formada por indivíduos socialmente organizados dispõe de recursos e métodos para os processos comunicativos que lhes são próprios. Estes se valem das mais diversas possibilidades significativas para facilitar este processo entre seus constituintes e agilizar a interação entre si.
Sem dúvida, a língua é o instrumento mais utilizado por estas comunidades e, como as mesmas são heterogêneas, multifacetadas e sujeitas a constantes modificações, ela (a língua) sofre, interna e externamente, a influência dessas mudanças, conservando apenas a sua estrutura básica. É através de seus complexos sistemas de signos que a língua preenche as necessidades mais rudimentares e os mais complicados arranjos e combinações que se formam na mente humana para expressar seus sentimentos, seus pensamentos e suas vontades. Portanto, torna-se incompreensível a tentativa de uniformização e padronização da língua, uma vez que é ela também produto dessas comunidades, é o retrato da história, da evolução que caracteriza esses grupos sociais e das manifestações políticoculturais dos mesmos. A esse respeito, afirma Houaiss (2008):
Pela língua o homem exerce um poder de significação que transcende a função de nomear os dados ‘objetivos’ de sua experiência cotidiana: o papel da linguagem na expressão de ‘conceitos potencialmente significativos’ torna o ser humano capaz de criar os universos de sentido que circulam na sociedade sob a forma de enunciados/textos.
Como se pode depreender, é a língua instrumento bastante capaz, senão quase único, de transmitir e representar todas as situações sociais, culturais, religiosas, enfim, de qualquer âmbito, que são reflexos da vida em comunidade, principalmente das sociedades que se estabelecem na contemporaneidade tão marcada pela tecnologia e cientificismo em que as mudanças e transformações são