SOCIODIVERSIDADE, MULTICULTURALIDADE E SUSTENTABILIDADE
SUSTENTABILIDADE
Manuel Muñoz
1. Globalização e multiculturalidade
A globalização é uma das características definitórias do começo do século XX
(PERESSON, 2006). É um fenômenos que nos faz sentir interligados e interdependentes graças aos avanços nas telecomunicações: por internet conhecemos em instantes o que acontece na outra parte do mundo; com os modernos meios de transporte em poucas horas nos deslocamos entre continentes.
Contudo, este processo de globalização não afeta de igual forma a todos os grupos sociais ou culturais, nem a todas as pessoas. Para o teólogo norueguês Sturla Stalsett
(2004), a palavra globalização surgiu para dar uma “cara” positiva e humanizadora às transformações que estavam surgindo de maneira acelerada, mas o que se tem constatado é bem ao contrário. Hoje em dia globalização tanto unifica como divide o mundo. É um processo que tem provocado desigualdades e exclusão, pobreza e aprisionamento para muitos, liberdade e riquezas sem limites para poucos.
Três aspectos contextualizam a globalização, são eles:
a) O aspecto econômico: a globalização é o império do neoliberalismo, onde todas as esferas humanas estão mediadas pelo mercado econômico. O resultado desta globalização econômica não poderia ser outro do que uma polarização social sem precedentes e um custo humano elevado com muitas vítimas.
b) O aspecto político: o enfraquecimento dos estados nacionais ao lado da articulação e o ressurgimento dos movimentos sociais e a organização da sociedade civil a nível global.
c) O aspecto cultural: a globalização envolve processos contraditórios ao tornar mais visível e presente a pluralidade cultural do mundo e, por outro lado, favorecer a hegemonia de uma cultura1 sobre as demais.
Desde esta perspectiva, o intenso, veloz e contínuo movimento de bens e pessoas que tem feito de Los Ángeles a terceira cidade mexicana (uma quinta parte da população mexicana se encontra nos Estados