Sociedades modernas
Agilulfo é o personagem principal do livro. É o cavaleiro de armadura branca, neutra, que logo no primeiro capítulo revela-se fisicamente inexistente. Um ''ser'' sem ''existir''. Um alguém que apenas segue um ‘’dever ser’’, que subjetiva em si apenas um ‘’deve ser’’ e que nunca ''é'', e que provavelmente nunca chega a ‘’ser’’. Agilulfo é uma espécie de materialização da ''persona'' sintetizada por Dostoiévski, no seu ''Notas do Subterrâneo''. Essa persona é um ser humano amargo, isolado, sem nome, alienado da sua subjetividade e dos seus sonhos (chamado geralmente de Homem subterrâneo).
Assim como o Homem Subterrâneo, Agilulfo, não menciona seu nome em nenhum momento. Por dentro de sua couraça há um grande vazio e ainda assim Agilulfo pode ser considerado o mais completo, competente, preparado e dedicado paladino da França, dada a sua determinação e força de vontade a seguir os deveres militares, honrarias, e hierarquias da formal cultura militar. Parece-me com Agilulfo, inclusive, um(a) operador(a) do direito que no lugar de existir e ser um individuo com voz própria, um alguém com autonomia dentro do mundo do direito, é apenas um operador(a), um(a) operárix sem alma ou vida própria.
Para Agilulfo, a razão é talvez a maior crença e aliada e faz com que ele execute todas as tarefas com muita destreza e viva em busca