Sociedade e Contenporaneidade
PRINCÍPIOS DOS VALORES SOCIAIS
As primeiras tentativas de compreenderas relações sociais baseavam-se mais na imaginaçãodo que na investigação científica dos fenômenos. Na Grécia Antiga, os deuses e os heróis eram usadospara explicar certos fenômenos sociais e manter a ordem no mundo moral e físico. Naquele período, vigorava o sistemaescravista, e o trabalho manual era desvalorizado. Por outro lado, era valorizada a atividade intelectual contemplativa, dissociada da prática, a qual era considerada superior, pois se dedicavam a filosofar os indivíduos que não precisavam se preocupar com o dia-a-dia e podiam se entregar ao ócio. Embora Platão, em sua obra A República e as Leis, e Aristóteles, em A Política, tenham refletido sobre algumas questões sociais, o fator político sob o domínio de um interesse puramente ético tinha prioridade na filosofia. Esses pensadores não tinham a própria sociedade como objeto específico do conhecimento, estavam mais preocupados em refletir sobre o que as sociedades deveriam ser e como deveriam organizar-se para serem tão perfeitas quanto possível.
Na Idade Média (pensamento de origem grecolatina), o pensamento social foi confinado nos conventos, tornando-se inacessível, a não ser aos teólogos católicos encarregados de explicar e justificar a ordem social de forma coerente com as escrituras sagradas, que propunham normas de conduta moral que orientavam a população para a vida numa sociedade ideal e sem pecados. Ou seja, tudo era atribuído à vontade divina e à natureza das coisas, sendo que esta era a explicação que justificava as diferenças entre os indivíduos.
No século V d.C., Santo Agostinho (354-430), um dos mais importantes teólogos católicos, escreveu A Cidade de Deus, no qual contou a história da humanidade desde a Criação até aqueles dias, definindo a missão dos cristãos perante a sociedade da época. A perspectiva bíblica, em oposição à tradição do pensamento greco-latino – que entendia