Sociedade Quilombolas
A EDUCAÇÃO PARA QUILOMBOLAS:
EXPERIÊNCIAS DE SÃO MIGUEL DOS PRETOS EM
RESTINGA SECA (RS) E DA COMUNIDADE KALUNGA DO
ENGENHO II (GO)
MARILENE LEAL PARÉ*
LUANA PARÉ DE OLIVEIRA**
ALESSANDRA D’AQUI VELLOSO***
Uma dor de angústia, de escravidão, e ela existe até hoje e só diminui quando a gente levanta a cabeça e, aí, eles vêem que a gente não se intimidou. Eu vejo essas crianças correndo no terreiro. Existem leis, mas a maioria desconhece as leis. Acho que as crianças, desde crianças, deviam ser sabatinadas: qual a lei que te protege, que te ampara? (Roberto Potássio Rosa, Comunidade de São Miguel dos Pretos – Anjos & Silva, 2004).
RESUMO: As comunidades quilombolas brasileiras foram reconhecidas pelo governo na publicação do Artigo 68, no ADCT, Constituição de 1988, que, ao garantir-lhes a posse de terra, evocou questões socioeconômicas, espaciais, jurídicas e culturais, trazendo a representatividade dos quilombos à sociedade. Ao observar a escola em São Miguel dos Pretos/Restinga Seca (RS) e Engenho II, território Kalunga/Cavalcante (GO), se quer ver o processo de construção
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Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e coordenadora do Programa de Educação Anti-Racista junto à Pró-Reitoria de Extensão da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS ). E-mail: lealpare@gmail.com
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Mestre em Geografia pelo Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília
(UNB) e membro do Centro de Estudos do Instituto Pró-Fundação Leopold Sedar Senghor, em Porto Alegre (RS ). E-mail: luanapare@terra.com.br
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Historiadora e mestre em Geografia no Instituto de Ciências Humanas da Universidade de Brasília (UNB). E-mail: ale_velloso@hotmail.com
Cad. Cedes, Campinas, vol. 27, n. 72, p. 215-232, maio/ago. 2007
Disponível em <http://www.cedes.unicamp.br>
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A educação para quilombolas: experiências de São Miguel dos Pretos...
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