Sociedade em rede
Portanto podemos observar que a organização econômica do Leste asiático, sem dúvida a mais bem-sucedida da concorrência internacional nas três ultimas décadas do século XX, baseia-se em redes de empresas formais e informais, embora haja diferenças consideráveis entre as três áreas culturais onde surgiram essas redes. Tanto as semelhanças e as diferenças das redes de empresas do Leste asiático podem remontar às características culturais e institucionais dessas sociedades. As três culturas misturaram-se ao longo dos séculos e foram profundamente permeadas pelos valores filosóficos/religiosos do confucionismo e do budismo em seus vários padrões nacionais (WHITLEY, 1993). Seu relativo isolamento de outras regiões do mundo até o século XIX reforçou essa especificidade. A unidade social básica era a família, não o indivíduo.Embora a constituição das formas organizacionais por atributos culturais, às vezes, seja uma tese muito vaga devido a sua falta de especificidade, parece que as semelhanças das formas de redes no Leste asiático podem estar relacionadas a essas tendências culturais comuns. Quando a unidade de transação econômica não é o indivíduo, os direitos de propriedade ficam em segundo lugar em relação aos direitos da família. E quando a hierarquia das obrigações é estruturada com base em confiança mútua, redes estáveis têm de ser estabelecidas baseadas nessa confiança, enquanto agentes externos a essas redes não serão tratados da mesma forma no mercado.Portanto, a diferença fundamental entre as três culturas está no papel do Estado tanto historicamente como no processo de industrialização. Em todos os casos o Estado assumiu o lugar da sociedade civil: as elites mercantis e industriais ficaram a orientação alternativamente benevolente ou repressora do Estado. Mas em cada caso, o Estado era historicamente diferente e desempenhava papel diferente.Sem direitos de