sociedade disciplinar
Um medo assombrou a Europa, na segunda metade do séc. XVIII. Os cemitérios, conventos, hospitais e prisões suscitavam uma onda de desconfiança e rejeição. Eram ambientes escuros que impediam a visibilidade das coisas, das pessoas e das verdades. Estes ambientes eram incompatíveis com a nova ordem política. Pelo que era necessário eliminar esta obscuridade e escuridão, de modo a dar lugar à transparência e visibilidade.
Geremy Bentham O problema das prisões, foi o que tomou maior ênfase. Era tema de estudo e discussão na sociedade da época. A situação de “escola de vício e de crime” e lugar “desprovido de higiene” forçou a procura de um projeto de reorganização das prisões. O Panóptico de Geremy Bentham foi caracterizado como a “figura arquitetural” ideal.
Segundo Foucault o Panóptico despertou interesse, pelo facto de ser aplicável a muitos domínios diferentes. Não se tratava apenas de uma prisão. O Panóptico, é um princípio geral de construção, um dispositivo polivalente de vigilância, uma máquina óptica universal das concentrações humanas. Michel Foucault
É polivalente em todas as suas aplicações: serve para emendar os prisioneiros, mas também para cuidar dos doentes, instruir os escolares, guardar os loucos, fiscalizar os operários, fazer trabalhar os mendigos e ociosos.
Foucault,(1997),pag:170
Bentham concebeu o Panóptico não com um único destino mas, com algumas adaptações serviria tanto para prisões quanto para hospitais, escolas e fábricas.
Foucault vê o Panóptico como uma “diabólica peça de maquinaria”, um microcosmo idealizado da sociedade do séc. XIX. Onde a disciplina se torna institucionalizada nas prisões, nas escolas, nos hospitais e nos asilos. Esta age mediante a interiorização de uma sujeição que era implantada nas mentes através da vigilância. Servia para corrigir os prisioneiros, para cuidar dos doentes, instruir os estudantes, guardar os loucos, fiscalizar os