Sociedade da Grecia Antiga
Por volta do ano 1500 a. C. as dinastias reais desenvolveram-se nas sociedades palacianas, das quais só ficaram conhecidas as de Creta (Knossos) e, na Grécia continental, a de Micenas. Nestas sociedades, a recolha de informação era feita através de uma forma de grego, hoje tecnicamente designado de "Linear B", um tipo de linguagem que utilizava apenas sílabas. Este tipo de linguagem, que sobreviveu ao longo de séculos, chegou até nós através dos textos encontrados pelos arqueólogos, permitindo-nos conhecer alguns dados sobre estas unidades políticas.
Estes palácios não foram pólis; eram grupos onde a burocracia, os modelos e os padrões eram totalmente diferentes daquilo que seriam no futuro. Até o Linear B, a primitiva forma de linguagem não tinha uma grande projeção, como viria a ter a escrita do grego nas pólis. O Linear B era apenas conhecido pelos escribas incumbidos de fazer uma listagem dos recursos dos palácios.
Estas sociedades podem ter tido uma tradição de poesia, de crónicas ou de relatos que registassem os seus acontecimentos mais marcantes; mas, se foi esse o caso, não sobreviveram quaisquer vestígios destas produções.
O modo de vida destes povos é-nos dado a conhecer pelos trabalhos arqueológicos, sobretudo pelo achado de peças trabalhadas em ouro e pelos frescos pintados, por exemplo, no palácio de Cnossos.
Estas sociedades foram destruídas por invasões; pela guerra, mas também por desastres naturais ocorridos entre 1200 e 1180 a. C., que conduziram a um período negro de quatro séculos. Neste período perdeu-se a escrita, embora os gregos dentro da área viajassem para este e oeste, deixando vestígios da sua passagem. Em Itália encontramos artefactos gregos de Chipre datados de cerca de 1000 a. C., e da Ilha de Eubeia entre 800 e 750 a. C.
Na costa oeste da Ásia Menor emigrantes do continente grego assentaram pequenas comunidades cerca de 1050 e 950 a. C. Mais a sul, na Síria e no Levante, os primeiros comerciantes