Sobre ética em Jung Mo Sung
Poucos livros falam sobre a ética de maneira tão clara e palpável. Este livro, de pouco mais de 100 páginas me foi recomendado pelo Professor Noli Bernardo Hahn e eu repasso a recomendação!
O livro arranca a ética dos discursos dos grandes filósofos (lá distante, em molduras já empoeiradas) e aproxima de todos nós, a humaniza e parece viabilizar uma escolha por posturas mais éticas, mais SOLIDÁRIAS, diante de inúmeras problemáticas que o próprio livro traz, como a economia, a política, a questão da ecologia e as questões de gênero.
Comunicando ética e responsabilidade, traz a consciência ética justamente como a “desconfiança” e o “estranhamento” dos valores morais vigentes na sociedade, aqueles que se perpetuam como “normalidades”, mas que muitas vezes carregam interesses particulares, imediatos, ou mesmo que negam a liberdade e a dignidade dos seres humanos “em nome de valores petrificados ou pseudoteorias” (p. 22). Assim foi Jesus Cristo, que questionou toda ética judaica de sua época, para realizar a ética do amor ao próximo, que até presentemente repercute em nossos corações.
Com a leitura acabamos por nos darmos conta de que, como o autor mesmo diz, “estamos em um mundo que é anterior ao nosso aparecimento”, o que nos chama à responsabilidade de construirmos um mundo melhor, com um sentido mais humano. Essa responsabilidade, contudo, gera insegurança, pois percebemos que podemos (e devemos) contribuir com o processo social da construção da realidade humana. E como fazemos isso? O simples ato de questionar-se sobre a cultura que estamos interiorizando, os valores e normas morais estabelecidos já é um passo para a transformação. Pois, sem questionamento, temos apenas reprodução do já conhecido e não a construção de um mundo diferente e melhor do que o atual.
A violência, por exemplo, não pode ser uma cultura interiorizada, ainda que em nossos telejornais seja realidade diária, quase uma “normalidade”. Qual a nossa postura diante disso