Sobre o óbvio
O autor começa dizendo que a ciência foi inventada para revelar o óbvio, já que as coisas foram feitas muito disfarçadas, necessitando de cientistas para tirar os véus das obviedades.
Nos parágrafos seguintes, ele cita uma série de obviedades, como as de que todo dia o sol nasce, se levanta, dá a sua volta pelo céu e se põe, e a de que os pobres vivem dos ricos, os negros são inferiores aos brancos, e de que nós, brasileiros, somos um povo de segunda classe. Antes de chegar ao assunto principal (a obviedade educacional), ele menciona as razões óbvias pelas quais nos tornam um povo inferior ao resto do mundo, por sermos um povo mestiço, tropical, católico e lusitano. Após apontar todas as questões que nos tornariam um povo de segunda classe, ele alega que lá pelos anos 50 essa obviedade de que somos um povo inferior foi derrubada pela ciência, e desde então estamos a procura de justificativas pelo nosso atraso e fraco desempenho no mundo. Ribeiro diz então que, a real causa de nosso atraso é a classe dominante, isto é, os ricos. A partir disso, conclui-se que não é nas qualidades ou defeitos que se encontra a razão de nosso atraso, e sim nas características dos ricos, pois estes tem sido somente capazes de executar o projeto de sociedade que é de seus próprios interesses. A classe dominante só se aproveita dos frutos de trabalho alheio e esta é a classe mais capacitada para gerar e desfrutar de riquezas. Eles tramam a malha estreita da qual só eles crescem, deformando o povo brasileiro. Ricos se mantem ricos, geração apos geração.
Então, o autor menciona que a segunda parte da fala será dedicada à classe dominante e todos os seus admiráveis feitos. A primeira realização que merece ser listada é o fato de que essa classe dominante conseguiu estruturar o Brasil criando um sistema social perfeito para os que estão do lado de cima da vida. Somos um país riquíssimo, e sempre fomos. Desde o valor da exportação brasileira do século