SOBRE O FILME TEMPOS DE PAZ
De um lado, poloneses que tentam entrar no Brasil para reconstruírem suas vidas após o fim da II Guerra Mundial. Do outro, uma nação que ainda colhe os frutos de uma ditadura militar, no entanto, que já enxerga esperança por meio da Anistia Política brasileira instituída na Era Getúlio Vargas (1930-1945). Personagens com histórias e características distintas, porém que possuem pontos em comum. Chefe da migração, polonês e ex-preso político. Todos carregam as marcas da violência, mas ainda têm a expectativa de viver tempos de paz.
Objetivo que, de acordo com o cientista social e professor da Universidade Metodista, Oswaldo de Oliveira Santos Junior, sempre foi percorrido nacional e internacionalmente. "A sociedade vive uma contínua busca por tempos de paz", relata. Segundo ele, além das guerras internas e externas, a história mundial abriga diversos momentos de escravidão e uma contínua desigualdade social. "O Brasil, por exemplo, no século XX, passou pelo período desenvolvimentista (anos 40 e 50), por duas ditaduras militares e enfrentou um impeachment", descreve.
A diretora executiva do Laboratório de Estudos sobre a Intolerância da USP (Universidade de São Paulo), Zilda Marcia Gricoli Iokoi, partilha da mesma opinião de Santos Junior e acrescenta que o espaço de paz vivido no Brasil é muito pequeno. "Ainda que nunca estivemos envolvidos diretamente em guerras externas, vivenciamos duas grandes ditaduras. Caos internos que não acabaram com a