Sobre o conceito de conhecimento
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
BACHARELADO EM FILOSOFIA
SOBRE O CONCEITO DE CONHECIMENTO.
Debora Beck Serro
Santa Maria, RS, Brasil
2013
Constantemente, ao emitirmos asserções do tipo ‘eu sei’, ‘eu conheço’, ‘é assim’, afirmamos possuir conhecimento sobre o mundo e sobre as coisas. Porém, é incomum, a não ser para os filósofos, nos questionarmos sobre o que ‘conhecer’ realmente significa. Inicialmente, pela frequência com que afirmamos isso, parece simples explicar o que significa ‘conhecer algo’, mas pelo contrário, definir o conceito de conhecimento tem sido problemático para muitos epistemólogos ao longo da história da Filosofia.
Analisando o uso linguístico que fazemos desse conceito, é possível identificarmos três sentidos em que o aplicamos. O primeiro é expresso em enunciados do tipo “Maria sabe dirigir”. Isso significa que Maria tem a habilidade de dirigir. Chamamos esse caso de conhecimento por habilidade. O conhecimento como habilidade é um tipo de conhecimento individual, que não se pode transmitir e é obtido por repetição e treino. O segundo sentido é o que chamamos de conhecimento por familiaridade ou contato. Ele é expresso em enunciados como “Eu conheço aquela mulher”. O conhecimento por familiaridade manifesta-se pela capacidade que temos de distinguir algo dentre semelhantes. Por exemplo, quando reconhecemos um rosto em meio à multidão, com o qual tivemos uma convivência. O terceiro sentido, que será o foco deste trabalho, é o expresso em enunciados como ‘Maria sabe que Pedro anda de bicicleta’, ‘Maria sabe que Pelé sabe jogar futebol’, ‘Eu sei que Plutão não é mais considerado um planeta’. Este caso chamamos de conhecimento proposicional.
Os enunciados mencionados acima diferenciam-se dos anteriores, pois não informam sobre capacidades que os indivíduos têm, mas sim sobre uma pretensão do enunciador em relação ao