Sobre o apagamento de humboldt das teorias linguísticas modernas
A articulação das palavras forma um tecido de significados que utilizamos para nos comunicarmos. Dessa comunicação, provém a força exercida pelas palavras, que quando isenta de poder, o autor denomina literatura. Assim,
as forças de liberdade que residem na literatura não dependem da pessoa civil, do engajamento político do escritor que, afinal, é apenas um “senhor” entre outros, nem mesmo do conteúdo doutrinal e sua obra, mas do trabalho de deslocamento que ele exerce sobre a língua (BARTHES, 2001, p. 17).
Muitos saberes provém dessa literatura que o autor conceitua, dentre eles, destaca-se uma obra literária muito conhecida – Robinson Crusoé - que em sua trajetória emergem saberes diversos, tanto no campo histórico, como geográfico, social, técnico, botânico e antropológico. Exemplo disso, é a diversidade geográfica que o leitor pode ter acesso durante as viagens de Robinson Crusoé, perpassando por momentos e associações históricas, numa busca por um propósito de vida, permeada por percalços, como o naufrágio, surgindo a necessidade de se adaptar a essa nova condição imposta pela vida, tirando lições disso (DEFOE, 1947). A literatura conhece o homem e os estragos na linguagem causados por ele, pois é a forma como o homem a usa que prova que ele apenas a utiliza como ferramenta de comunicação, sendo que a literatura incorpora e encena a linguagem, dando a essa mesma linguagem, várias facetas de um mesmo saber. O autor faz uma analogia, numa espécie de ironia da linguagem, em que na capacidade de exteriorizar a literatura, a escrita é comparada a uma festa do saber, onde as palavras são lançadas em um jogo, numa multiplicidade de possibilidades. É como cozinhar, se os ingredientes não forem