Os casais que conseguem manter um relacionamento duradouro sabem que não é sem esforço. É necessário compreender e respeitar as necessidades de cada um para que a relação se mantenha equilibrada, e, acima de tudo, é necessário que os dois se amem verdadeiramente. Do momento que o amor começa, com o encontro dessas duas pessoas, ele se desenvolve a partir da experimentação do mundo ao pensar do dois, como um casal. Neste processo, o amor enfrenta inúmeros desafios, como por exemplo, no início de uma família: o casal vai se adaptar à chegada do filho, passar a experimentar o amor a três paralelamente ao que eles já têm entre os dois. Desse modo, o amor é construído e reconstruído com o passar dos anos. E, ainda que essa experiência continue sendo o sonho de muitas pessoas, já não é mais buscado com tanto esforço na atualidade. As pessoas ainda querem encontrar o amor e ter um relacionamento duradouro, porém, pelo medo de sofrerem, elas acabam buscando um amor “sem riscos”. E é isso que Badiou afirma em seu livro "Elogio ao Amor", dizendo também que o amor está ameaçado. Fugindo da solidão e das dificuldades que se tem nos relacionamentos, como as brigas, por exemplo, as pessoas passaram a utilizar sites de relacionamentos. Nesses sites, um algoritmo encontrará uma pessoa compatível com você, baseado no seu perfil. Como já terá encontrado uma pessoa ideal, terá gostos parecidos com os seus assim há menos chances do relacionamento dar errado. E assim, o amor é tratado puramente como mercadoria. Esse caso de “amor sem riscos” pode ser comparado à situação mostrada no filme "Shame", de Steve McQueen. O protagonista é o exemplo perfeito de pessoa solitária, com medo e dificuldade de expor seus sentimentos. E apesar de bem sucedido no trabalho, ele é infeliz na vida pessoal, não mantendo uma relação saudável nem com a família. Em meio a esse sofrimento a solução que ele tem é descontar no sexo, e nisso acaba ficando obsessivo. Nunca há amor