Sobre o amor cortes/provençal
Amor cortês
O amor, longe de ser um sentimento imutável, teve diversas variações ao longo das épocas. A expressão do sentimento aparece sempre intrinsecamente ligada à época na qual tem sua existência. Pode-se dizer que, em épocas lingínquas, o amor tinha uma apresentação irreal, hoje podendo ser classificada como banal. Mas, vale dizer que, ainda hoje em nossa concepção de amor, é possível encontrar resquícios dessa representação.
O amor provençal pode ser apontado como o responsável por essa aura de inocência com a qual o amor era visto. Em poemas provençais há a percepção clara de um ideal inatingível, seja ele a própria mulher a quem se destina, seja a possibilidade de um amor tão puro. É nesses poemas e na sua concepção amorosa que temos a gênese de um tipo de amor que perdura até os dias atuais. Poucas literaturas têm exercido uma influência tão profunda sobre a história literária de outros povos, como a poesia dos trovadores. Os trovadores foram os primeiros poetas líricos na Europa Medieval a lidar exaustivamente com este assunto, sendo imitados por vários autores posteriormente.
A literatura provençal, desenvolvida na França, com sua produção de poemas amorosos teve muito a contribuir com sua expressão única. Ela nasceu em um ambiente de corte, refinado e, daí, dizermos que as expressões de idéias são representadas conforme os contextos sócio-político-culturais. Em sua origem, a literatura Occitânica foi completamente dotada de uma personalidade própria, continuando até os dias de hoje a ser muito original, apresentando diferentes pontos de analogias com a literatura francesa autêntica, mas essas semelhanças são principalmente devido a alguns elementos básicos comuns a ambos, em vez de uma contaminação mútua.
O amor cortês é baseado na idéia de que o amor é o desejo de ser um, não no sentido carnal, mas em questão de tamanho, distância e medidas serem encurtadas ou até mesmo