Sobre a Estética Transcendental de Kant
Pretende-se, neste trabalho, conseguir explicar o que é a “Estética Transcendental”, ou seja, qual é sua definição; também se pretende determinar quais são os objetos da mesma e quais são seus objetivos e/ou resultados. Para a realização destes objetivos citados acima, é preciso ter em mente por Estética Transcendental, Kant entende “uma ciência de todos os princípios da sensibilidade a priori” 1.
Comecemos este trabalho esclarecendo o que Kant entende por transcendental, vejamos nas palavras de Höffe: “Kant chama de transcendental a investigação com a qual ele responde à tríplice pergunta sobre a possibilidade dos juízos sintéticos a priori” 2. Ora, se transcendental, para Kant, significa o que foi dito acima, então o que ele entende por “Estética Transcendental”? Diferentemente do que se pode imaginar, o que Kant denomina de “Estética Transcendental”, não diz respeito ao estudo do belo ou dos gostos, mas diz respeito à ciência dos princípios da sensibilidade (ou da intuição) a priori 3.
Tendo esclarecido brevemente o que Kant entende por “Estética Transcendental”, nos compete, agora, introduzir o método de exposição proposto por Kant para que seja possível compreender com maior facilidade a argumentação empregada na ET4. Kant, ele próprio5, divide seu método nas seguintes etapas: (i) “deixar de lado” a sensibilidade com vista a buscar a intuição empírica; (ii) separar na intuição empírica tudo que pertence à sensação com o propósito de encontrar a intuição pura, pois esta é o único elemento que a sensibilidade pode fornecer a priori; (ii) encontrar as formas puras da intuição sensível que, a saber, são elas o espaço e o tempo.
Tendo este método de exposição da “Estética Transcendental” em mente, podemos, então, passar à investigação das formas puras da intuição sensível, apresentada na ET, qual sejam os conceitos de espaço e de tempo. Kant, em seu texto, primeiramente apresenta a exposição