sobre a brevidade da vida
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A pós-modernidade é marcada por uma ênfase ao individualismo, cultuando o corpo, buscando a saúde perfeita e valores que indicam somente a busca da felicidade a qualquer preço. Isto nada mais é que uma maneira de assegurar a eternidade, a infinitude. O ser humano, mais do que em outras épocas tem uma concepção e age como se não fosse morrer. Busca realização profissional, pessoal, status e não se preocupa tanto com verdadeira sabedoria, parafraseando o filósofo Sócrates, uma vida não examinada não é digna de ser vivida. O texto de Sêneca, poeta e filósofo estóico latino, nos traz à luz a reflexão sobre o valor do tempo na vida, se esta será breve ou longa. E nos faz pensar a respeito do que realmente compõe a brevidade e a longevidade da nossa existência. Sêneca diz nos primeiros versos: “O fato é o seguinte: não recebemos uma vida breve, mas a fazemos, nem somos dela carentes, mas esbanjadores.” (1:4) O que torna nossa a vida breve é como a conduzimos, e ainda alerta:
“Vivestes como se fosseis viver para sempre, nunca vos ocorreu que sois frágeis, não notais quanto tempo já passou; vós o perdeis, como se ele fosse farto e abundante, ao passo que aquele mesmo dia que é dado ao serviço de outro homem ou outra coisa seja o último.” (3:4)
O filósofo observa que há muitos que desejam levar uma vida de meditação e ócio quando estiverem livres de suas obrigações, aos cinqüenta ou sessenta anos, porém estes, não podem garantir que terão uma vida longa, não podem seguramente saber por quanto tempo ainda viverão, pois estão reservando apenas “as sobras da vida” o que deveriam ter realizado na juventude, e que “quão tarde começas a viver, quando já é hora de deixar de fazê-lo.” (3:5)
Mas o que torna uma vida breve? De acordo com Sêneca:
7:1 - Conto entre os piores os que nunca estão disponíveis para nada, senão para o vinho e os prazeres sensuais, pois não há ocupação mais vergonhosa. Outros, embora se prendam à