Sobre socrates
SOBRE : A Essência humana, a felicidade, a liberdade e a virtude : Assim como os naturalistas buscavam a essência de todos os corpos, procurando verdades sobre a origem do universo, Sócrates se voltou para a essência do ser humano, já que julgava contraditórias muitas das ideias cosmológicas. Assim, o filósofo, após verificar que somos seres excepcionalmente racionais, chegou à conclusão de que o homem é sua psyché, ou seja, a sua alma (que nada mais é do que a própria razão). E assim se desdobra o raciocínio socrático: como nossa natureza é a alma, os valores só se tornam virtudes, “areté”, quando aperfeiçoam essa razão, ou seja, quando alcançam a sabedoria (o conhecer-se a si mesmo). E o indíviduo virtuoso é o único com a capacidade para ser feliz, para, portanto, livrar-se de preocupações supérfluas(exteriores a essência humana), preocupando-se apenas com a saúde da alma(como Sócrates o faz quando se mostra despreocupado com a morte proveniente de seu julgamento já que sua consciência espiritual encontrava-se tranquila) e dominando suas paixões e impulsos com o uso de sua liberdade(sobreposição da razão sobre os instintos).
Deus : Sócrates acreditava na existência racional de Deus, possuía para tal algumas justificativas concretas: por ser constituído para alcançar um objetivo e um fim o homem não seria mera criação do acaso, mas sim obra de uma inteligência maior, até porque a harmonia que pertence ao nosso organismo e a razão humana pressupõem a existência desse ser inteligente; embora Deus não possa ser visto, é possível supor sua realidade da mesma forma como ocorre com a alma que também não pode ser vista, mas que tem a sua existência comprovada pelo fato de não agirmos simplesmente por deriva. Portanto, para Sócrates o mundo é constituído de tal forma (ordenada e conexa) que somente uma causa adequada (Deus) poderia explica-lo.
Sua voz interior, “daimonion”: Desde menor Sócrates afirma escutar uma voz