SOBRE CAVERNAS, CORRENTES E ASAS: TECNOLOGIAS, ARTE E AUTOCONHECIMENTO

1154 palavras 5 páginas
SOBRE CAVERNAS, CORRENTES E ASAS: TECNOLOGIAS,
ARTE E AUTOCONHECIMENTO
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Keytlin Viamontes e Juliana Leal
Derrubar as barreiras que existem entre o acesso à arte e os diversos contextos socioculturais, ainda desiguais, se torna um exercício árduo para quem, diariamente, precisa fugir de cavernas e/ou correntes que foram construídas e/ou impostas por meio de todo tipo de alienação ou de privação. A partir de um diálogo metafórico com o Mito da Caverna, por meio do qual o filósofo grego Platão separa o mundo em duas realidades: a sensível, que é percebida pelos sentidos (plano das formas), em que as sombras prevalecem sobre a “verdade” e dentro da qual a maioria das pessoas se encontra presa; e a inteligível (plano das ideias), atributo de poucos, pois nela reside a busca do indivíduo por sua elevação intelectual, intencionamos a desconstrução dessa alegoria. Dito esforço se deu a partir da ideia de que o exercício do pensamento intelectual, muitas vezes superficializado diante do uso ainda raso de uma série de tecnologias, em especial as da comunicação, pode ser potencializado pelo contato estreito com a arte (literatura, cinema, teatro, dança, etc.), o que levaria em conta, invariavelmente, a valorização do plano da percepção e dos sentidos, portanto, do corpo do indivíduo. Espaço esse considerado privilegiado e indispensável, por intermédio do qual o sujeito realiza construções de sentidos para as coisas, já que, segundo Paul Zumthor, “se pensa sempre com o corpo” (2007, p.77). O projeto de cultura Encontros Literários da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) – Campus de Diamantina/MG tem como principal objetivo democratizar e estimular tanto o acesso quanto a apreciação estética de bens artísticos e culturais. Acreditamos que a literatura e a arte, de modo mais amplo, são caminhos possíveis para a ampliação da consciência crítica da realidade do sujeito e do seu campo

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