Soberania de deus
Segundo a teologia prevalente, Deus criou, e como algo deu errado, Ele deu um jeito de amor nas coisas, enviando Seu Filho para resgatar aqueles que, ouvindo acerca Dele, venham a crer; e, então, se continuarem firmes na fé, que significa estar “firme na igreja”, eles vão para o céu. Mas quem não ouviu, ou ouviu e não “creu” — sendo que estar numa “igreja” é o atestado de que se “creu” —, esse, ou esses muitos (aliás, a maioria absoluta), estão danados num inferno que é visto como um tempo (cronos) sem fim.
Desse modo, a “igreja” é o centro de todas as coisas que concernem ao céu e ao inferno, assim como ela é a parte da humanidade que está salva e tem a obrigação de fazer a outra parte ouvir, aceitar, e entrar para a “igreja”, a fim de ser realmente salvo.
É de tal sorte o narcisismo da “igreja”!
Essa é a idéia que habita o inconsciente e o consciente da “igreja” e do “cristianismo”. E é também essa idéia que prevalece nas três religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Nesse caso, por mais que Deus ganhe, somente Ele pode explicar como ganhou alguma coisa, visto que a maioria absoluta de Suas criaturas vai direto para o inferno. A menos que a alegria de Deus fosse feita das gargalhadas do diabo.
Entretanto, essa é a simples implicação de ser crer que o Deus Criador é um, e que o Deus Redentor é outro; ou que a Graça comum é uma, e a Graça especial é outra; e que os filhos de criação de Deus são todos os perdidos, e os filhos salvos são apenas os que se tornaram cristãos.
O resultado de se crer que há uma dualidade entre criação e redenção, na prática, é aquilo que nós chamamos de História da Igreja. E essa História declara apenas o desastre de tal visão do mundo. Na realidade, pode-se dizer que a História do Ocidente, e