Smith
Os hormônios esteróides apresentam um núcleo básico derivado da estrutura química do colesterol, portanto são hormônios de natureza lipídica. A biossíntese dos hormônios esteróides é restrita a alguns poucos tecidos, como o córtex das glândulas adrenais e gônadas, os quais expressam diferentes formas do complexo enzimático P-450, responsável pelo processamento da molécula de colesterol. Os andrógenos são hormônios sexuais masculinos e representam uma das classes de hormônios esteróides, são produzidos, principalmente, pelos testículos e, em menores proporções, pelas adrenais. O principal hormônio produzido pelo testículo é a testosterona.
A testosterona exerce efeitos designados como androgênicos e anabólicos em uma extensa variedade de tecido-alvo, incluindo o sistema reprodutor, o sistema nervoso central, a glândula pituitária anterior, o rim, o fígado, os músculos e o coração. Os efeitos androgênicos são responsáveis pelo crescimento do trato reprodutor masculino e desenvolvimento das características sexuais secundárias, enquanto que os efeitos anabólicos estimulam a fixação do nitrogênio e aumentam a síntese protéica.
A atividade anabólica da testosterona e de seus derivados é manifestada primariamente em sua ação miotrófica, que resulta em aumento da massa muscular por aumentar a síntese protéica no músculo e por controlar os níveis de gordura corporal. O potencial valor terapêutico da atividade anabólica da testosterona em várias condições catabólicas têm levado à síntese de muitos derivados que tem como objetivo prolongar a sua atividade biológica, desenvolvendo produtos cada vez menos androgênicos e mais anabólicos, chamados esteróides androgênicos anabólicos. Portanto, os esteróides anabolizantes são um subgrupo dos andrógenos, ou seja, sintéticos derivados da testosterona.
Os esteróides anabolizantes foram inicialmente desenvolvidos com fins terapêuticos, como exemplo, para o tratamento de pacientes com deficiência natural de andrógenos,