Sistemas totalitários
O estudo do livro "Memória do mal, tentação do bem", de Tzvetan Todorov é baseado no totalitarismo, que é conhecido como "o mal do século" por ter causado a destruição e dominado boa parte do mundo, e que mesmo tendo desaparecido de muitos lugares, deixa presentes muitas sequelas.
No primeiro capítulo, esse assunto é abordado, destacando os efeitos ruins que esse regime causou. Milhares de mortes, se não causadas por guerras ou pela fome, ocorreram nos campos de concentração.
A história da Europa, por exemplo, não pode deixar de ser associada a do totalitarismo, pois é marcada pelo nazismo e pelo comunismo. Esses dois exemplos de regime totalitário mostram que não houve uma experiência significativa relacionada ao desenvolvimento humano, e sim apenas aspectos ruins, ligados a morte e destruição.
Todorov trabalha com um conceito de tipo ideal desse sistema, que é uma abstração conceitual que se constrói sobre algo, chamando assim atenção para os elementos fundamentais. Um deles é o desprezo por dois grandes princípios chaves da democracia, que são a autonomia da coletividade e a autonomia do indivíduo.
A autonomia do indivíduo está relacionada aos direitos do ser humano, ao livre arbítrio, às escolhas, enquanto a autonomia da coletividade pressupõe movimentos em favor de um coletivo, como por exemplo a votação, um abaixo assinado. Quando não existe a autonomia do indivíduo, que é um valor, não existe também a democracia, caracterizando assim o totalitarismo.
Foi essa supervalorização do “nós” do grupo ao invés do “eu” de cada indivíduo que levou o século XX a poder ser considerado como século das trevas. Essa unificação condiciona a hierarquia social, onde grande parte da população fica submetida a um chefe supremo, que controla tudo, inclusive os meios de comunicação e não permite que as pessoas se expressem ou deem sua opinião.
Por outro lado, a autonomia da coletividade que o regime afirma manter, é preservada apenas no papel, pois a