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Feira de S. Mateus
Foi há 621 anos. Por vontade de rei, Viseu teve a sua feira. Com escritura que lhe definiu caminho e matriz: portas franqueadas para quem a ela quisesse chegar para lhe cumprir destino. Uma prerrogativa concedida a uma cidade que era paço de reis e chão de gente de coração nobre e leal e braço forte. A feira franca de Viseu cresceu como espaço de encontro na encruzilhada dos destinos que faziam a vida e tornou-se oportunidade para todos os que vendiam ou compravam os bens e os utensílios com que fartavam a mesa e afeiçoavam a terra.
Foi assim por muitos anos. Viveu como os homens vivem, entre os altos e baixos da montanha do tempo, mas foi-se alojando indelevelmente na alma de quem tem inscrita na sua identidade a condição de viseense e beirão.
Todos temos memórias da feira.
Por estes anos mais nossos e chegado Agosto, a cidade cria uma outra cidade, que se enche da curiosidade, de muitos meses guardada, para tudo ver, tudo descobrir, tudo sentir, tudo viver, como se o primeiro fosse o último dia.
A Feira é a festa da cultura porque é a festa das pessoas. Deve respeitar a sua história e a memória dos muitos homens que a edificaram, mas tem de ser moderna, atual e cosmopolita para corresponder às exigências de um tempo novo e se afirmar como símbolo maior de uma cidaderegião cada vez mais afirmativa das suas potencialidades e atrativa de muitos milhares de pessoas que a tomam como sua.
Soam-me as palavras de um ilustre pensador que afirmava, mais ou menos textualmente, que "só quem vem de longe vai para longe". Esta Feira que vem de um tempo lá muito atrás, sente hoje, e talvez mais que em qualquer outro momento, a capacidade para se apresentar como um dos mais conseguidos eventos nacionais do género. Espaço para as várias dimensões da cultura, montra das potencialidades económicas da região, oportunidade para o comércio e os negócios, tempo para o lazer e a diversão e momento enaltecedor