Sistemas de informacao geografica
A maneira como o Google vai dominar as geotecnologias mostra como esta área evoluiu
Quem nunca entrou no Google Earth ou Google Maps e foi direto fazer uma busca pelo próprio endereço, ou bisbilhotar o quintal do vizinho? Em contrapartida, quem ainda se dá ao trabalho de abrir uma pesada lista telefônica, pesquisar um endereço (geralmente em letras minúsculas), gravar o número e quadrante da página e verificar sua posição no mapa?
Esses dois lados de uma mesma moeda mostram como a geotecnologia evoluiu nos últimos anos, passando do uso restrito de alguns milhares de especialistas para o acesso diário por milhões de pessoas. Só o Google Earth tem, hoje, mais de 500 milhões de usuários do globo virtual para visualização e análise geográfica, o que demonstra a popularidade desse tipo de ferramenta.
Mas nem sempre o uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) foi popular. O primeiro exemplo de análise espacial corresponde à experiência do epidemiologista inglês John Snow (1813-1858). Para identificar o foco responsável pelo surto de cólera que afetou Londres em 1854, Snow cartografou as residências dos doentes e as sobrepôs aos poços de captação de água da cidade. Outro exemplo é o mapa de Charles Minard, de 1861, que representa a campanha de Napoleão na Rússia e exibe um conjunto de elementos gráficos associado ao modo como as tropas se deslocavam. Esses dois modelos são importantes marcos na história dos SIG, pois refletem a existência de uma base cartográfica de qualidade que permita operações de sobreposição de dados.
Existe um campo muito maior de estudo que vai além do SIG. A expressão “ciência da informação geográfica” (CIG) foi introduzida em 1992. Essa definição consta em um artigo do pesquisador Michael Goodchild, que posteriormente trabalhou com o ex-vice-presidente americano, Al Gore, no projeto Terra Digital. O estudo deu origem ao filme Uma verdade inconveniente, que expôs de forma incontestável os