Sistema representativo
Com o declínio da doutrina da soberania nacional, como o amolecimento do poder político da burguesia, com a queda de prestigio das instituições parlamentares organizada sem moldes aristocráticos, com a ascensão política e social da classe obreira, a crise cada vez mais intensa deflagra nas relações entre Capital e o Trabalho, a propagação paralela e nãomenos influente das teses do igualitarismo democrático da Revolução Francesa, o ideário novo da participação aberta de todos - fora de quaisquer requisitos de berço, fazenda, capacidade e sexo - a pressão reindicante das massas operárias, e a expansiva catequese dos ideólogos socialistas, minou-se lenta e irremediavelmente o sistema representativo de feição liberal. O otimismo dessa doutrina é patente. Com o advento do sufrágio universal ela teria que surgir, de maneira inevitável. O estado presente da representação política é o seguinte: a duplicidade sobrevive de maneira formal na linguagem dos textos constitucionais, em alguns países; noutros as Constituições vão enxertando no corpo híbrido os instrumentos plebiscitários que supostamente acarretariam a identidade pela fiscalização severa estendida sobre o mandato representativo, com quase todos os políticos procedendo de forma um tanto hipócrita, abraços à ficção imperante da identidade. A identidade, todavia, antes de colher sua institucionalização no idioma constitucional já se acha ultrapassada nos fatos pela pulverização daquela suposta vontade popular, canalizada e comunicada oficialmente à sociedade através de grupo de pressão, e estes, por sua vez, se alienando na fechadíssima minoria tecnocrático, titular em última instância de vastos poderes de representação, dos quais se investe de maneira não raro ususrpatório