Sistema prisional
De maneira escancarada a autora retrata em variados casos a realidade da justiça penal, em conjunção as suas fraquezas e crueldades, além de dar importância à extirpação das injustiças.
São muitos os abandonados que fazem parte do sistema penal brasileiro, sem pelo menos o uso do realismo e de bom senso, que vão desde o caso de um acusado que foi preso porque morava na favela e não teve seu endereço encontrado, ao caso de um réu confesso de oito homicídios sem ter praticado quaisquer um deles.
Prazos processuais com distorções absurdas, casos inúmeros e réus presos por falta de defensores públicos em número suficiente, evidenciam a inércia dos atos por burocracia ou excessiva demanda, deixando possíveis soluções a mercê do tempo e de conseqüências inconclusivas.
Dentre idas e vindas de doentes mentais, de pobres e leigos, a autora que passou anos fazendo serviços voluntários em mutirões carcerários, trouxe à tona a desumanidade e a frieza por inoperância de advogados omissos ou promotores indiferentes.
Sendo o Judiciário que se movimenta, é o senhor magistrado que manda prender e soltar, que deve distribuir as sanções corretas, e que também erra por falta de atenção, ou em casos mais extremos tem tamanha soberba sobre os outros mortais, não lhe importando causas e circunstâncias.
Do fétido ao inferno, se realça o ambiente onde poucos se olham. A prisão elencada como rainha das penas, de superior só tem o nome, demonstrando claramente que o que impera entre os aplicadores da lei e seus infratores, é em alguns casos o desrespeito, que as vistas de sua repressão causam descaso ao sistema imposto. Apesar de inúmeras falhas quanto ao sistema ou aos advogados, paradoxalmente e de forma sensível, Alexandra se mostra muito bem sucedida