Sistema de temporização cicardiano

Sistema de temporização circadiano

As características fundamentais e inerentes aos ritmos circadianos, geração endógena e sincronização nos permitem considerar a existência de um sistema de temporização. Este sistema, designado sistema de temporização circadiano (STC) é organizado de maneira a receber informações do ambiente externo, principalmente relacionadas ao ciclo claro-escuro ambiental, e interno, dos eventos fisiológicos que ocorrem no organismo. Portanto, corresponde a um conjunto de estruturas neurais especializadas e interligadas cuja função é a organização temporal de processos fisiológicos e comportamentais num padrão circadiano, de modo a permitir a expressão de um determinado comportamento adaptativo bem sucedido (Moore 1991; 1992; 1999; ver também Morin 1994).
Classicamente descreve-se o STC em mamíferos, como sendo formado por três componentes principais: a retina, contendo os fotorreceptores, o núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo e o folheto intergeniculado (FIG) do complexo geniculado lateral do tálamo. O STC também inclui as vias aferentes e eferentes em relação ao NSQ, além de efetores, que compreendem os músculos e as glândulas espalhadas por todo o corpo (Ver figura 1). Devido à inter-relação com o NSQ, a glândula pineal pode ser particularmente considerada uma estrutura que integra o STC, pois atua como um transdutor neuro-endócrino na emissão do sinal circadiano através do seu hormônio, a melatonina, bem como exerce um possível papel de sincronizador interno (para revisão ver Miller et al. 1996; Reuss 1996; Van Esseveldt et al. 2000).
Em mamíferos, o NSQ é uma estrutura par formada por pequenos neurônios situada acima do quiasma óptico de cada lado do contorno ventral do terceiro ventrículo (Figura 2). No rato apresenta uma forma aproximadamente ovóide, com volume em torno de 0,068 mm3. Cada um dos núcleos é constituído por cerca de oito mil neurônios e caracteriza-se por apresentar uma organização complexa do ponto de vista