Sistema de produção de energia
A Bioenergética constitui um dos principais blocos temáticos da Fisiologia, que procura, entre outras coisas, explicar os principais processos químicos que decorrem na célula e analisar as suas implicações fisiológicas, principalmente em relação ao modo como esses processos se enquadram no conceito global de homeostasia. A compreensão daquilo que significa “energia” e da forma como o organismo a pode adquirir, converter, armazenar e utilizar, é a chave para compreender o funcionamento orgânico tanto nos desportos de rendimento, como nas atividades de recreação e lazer. O estudo da bioenergética permite entender como a capacidade para realizar trabalho (exercício) está dependente da conversão sucessiva, de uma em outra forma de energias. Com efeito, a fisiologia do trabalho muscular e do exercício é, basicamente, uma questão de conversão de energia química em energia mecânica, energia essa que é utilizada pelas miofibrilas para provocar o deslize dos miofilamentos, resultando em ação muscular e produção de força.
Alguns investigadores classificam as atividades em 3 grupos distintos - potência, velocidade e resistência (endurance) – aos quais associam um sistema energético específico, respectivamente, os fosfatos de alta energia, a glicólise anaeróbia e o sistema oxidativo.
Como exemplos ilustrativos deste tipo de atividades podemos referir o lançamento do peso (potência), a corrida de 400m (velocidade) e a maratona (resistência). Os dois primeiros sistemas energéticos são designados de anaeróbios, o que significa que a produção de energia nas modalidades que os utilizam preferencialmente não está dependente da utilização de oxigénio. Já a produção de energia no sistema oxidativo decorre na mitocôndria e só é possível mediante a utilização de oxigénio, razão pela qual se denomina este tipo de sistema de aeróbio. Deste modo, o sucesso e a operacionalidade de cada um dos grupos de atividade encontram-se dependente do funcionamento