Sistema Capitalista e a Cidade de Detroit
A declaração de falência de Detroit é o retrato do capitalismo decadente dos nossos dias. Chegou a ser a 4.ª maior cidade dos EUA, com dois milhões de habitantes. Em 1960 tinha o maior rendimento per capita no país. Em 1950 tinha 300 mil postos de trabalho na indústria. Hoje, são menos de 27 mil. Com a perda de empregos foi-se grande parte da população, que hoje não atinge os 700 mil. Cerca de um terço da sua superfície são hoje prédios devolutos e em ruína. Mais de metade da população que sobra está desempregada. Sessenta por cento das crianças vive na pobreza. Cortes orçamentais desligaram 40% da iluminação pública e a maioria das esquadras da polícia encerra durante 16 horas por dia. A degradação da cidade acelerou a fuga dos seus habitantes, reduzindo a base fiscal e mergulhando Detroit numa espiral mortífera.
Em Detroit nasceu grandes montadoras de carro a Pontiac, a Chevrolet, a Chrysler, e a Ford entre tantas outras. Detroit durante décadas era considerada a poderosa Capital do Automóvel.
O que foi bom para as montadoras não foi para Detroit. A cidade perdeu o que as metrópoles têm de melhor: o encontro fortuito entre pessoas diferentes gerando idéias novas. Em Detroit ninguém se encontra porque os poucos que ainda trabalham no centro chegam pela autopista, estacionam na torre, andam por uma passarela até seu escritório e fazem o percurso contrário no final da tarde.
Detroit tem uma dívida estimada de 15 mil milhões de euros, e deve dinheiro tanto aos trabalhadores do setor público, como aos seus fundos de pensões.
Detroit foi atingida por forte golpe econômico nas últimas décadas resultando na desindustrialização da região e na guinada generalizada da economia norte-americana ao outsourcing da China e dos outros paraísos do trabalho barato na Ásia.
Detroit sofreu vários golpes.
Primeiro, a concorrência das montadoras japonesas e depois das chinesas.
Depois, a disputa com regiões do sul do país e o