Sintese
Residir em um espaço não é o mesmo que habitar um lugar. Espaço é diferente de lugar, e residência é diferente de habitação. O “lugar” nunca está simplesmente dado em um espaço. Um lugar envolve principalmente sentido e pertença. Pois, pertencer se refere a lugar e não a espaço. Residir é um morar. É uma estadia, uma moradia. Residir é simplesmente estar em um dado espaço. Entretanto, habitar é ser. Habitar é pertencer a um lugar, é proteger um lugar e se sentir protegido neste lugar.
Na Conferência Bauen Wohnen Denken (Construir, habitar, pensar) de 1951, Heidegger não concebe o termo construir, a partir, das técnicas de construção modernas como na Arquitetura ou na Engenharia Civil. Heidegger pensa “construir” de forma originária, a partir do sentido de habitar. Para habitar é preciso construir. Não é possível habitar sem construir. Portanto, uma habitação fala de uma construção.
Ouvir o apelo silenciado da experiência de habitar é desvelar a verdade de ser humano na terra. É recuperar o sentido de construir como produzir e proteger a terra e as coisas. Escutar o apelo linguagem na experiência silenciada é recuperar o âmbito de construir como marcar essencial do habitar, é recuperar a essência das coisas. Porquanto, construir é ainda produzir coisas e edificar lugares. Produzir coisas é diferente de fabricar tecnicamente objetos.
As coisas são construídas a partir de sentidos. Coisas é o que aponta para um significado em um lugar. Lidamos com as coisas sem pensar no seu sentido. Uma coisa é algo muito mais profunda que um mero objeto ao dispor de um sujeito.
Construir é um traço fundamental de quem habita. Construir é um convite a habitar a terra de maneira originária. Construir é tanto o cultivar protetor que os seres humanos realizam na terra; como o produzir cuidadoso das coisas. É possibilitar o surgimento das coisas. Dessa forma, o construir