Sintese
A presente obra rejeita o discurso jurídico fechado e vazio, pseudo-erudito, dissociado do social, e coloca seu enfoque na ambigüidade do Direito Ambiental, que, embora se destine a fazer face à catástrofe ecológica, prioriza o desenvolvimento como se o homem fosse senhor da natureza, e não parte dela, constituindo-se, dessa forma, no mais importante catalisador da destruição do meio ambiente.
Em texto objetivo e simples, porém apurado e com precisa indicação de suas fontes, o Autor se bate, em resumo, pela compreensão da dependência mútua entre a ciência, a sociologia e a filosofia do Direito.
AMBIENTE E DIREITO:
O HOMEM NO LIMIAR DA VIDA
Plauto Faraco de Azevedo
1. Nota sobre o mal-estar civilizacional
O desconcerto de nosso tempo reflete uma crise civilizacional sem precedentes, quer em sua extensão, quer em sua profundidade, evidenciando-se nas diversas dimensões do inter-relacionamento humano. O que lhe é comum é a perda de rumos e de valores, a falta de perspectivas, que a tudo permeia. A própria vida acha-se ameaçada pela contaminação sistemática da biosfera.
Os juristas falam, amiúde, de uma crise de direito, que efetivamente existe, mas que se insere em um contexto global, em que se distinguem a anemia da política, a economia afastada do humano, a democracia limitada a formas rituais, a moral indiferente aos valores da humanidade e da solidariedade e a ciência orientada por um paradigma incapaz de compreender a multiplicidade e a interligação de todas as