sintese proteica
Síntese protéica ou Tradução
Os procariotos e eucariotos usam diferentes estratégias para especificar o sítio de início da síntese protéica num mRNA. Nas bactérias, como comentado anteriormente nesta aula, uma sequência conservada de 6 nucleotídeos, conhecida como sequência de Shine Delgarno, ou sítio ligador de ribossomo (RBS), ou sítio de reconhecimento de ribossomo (rrs), é sempre encontrada umas poucas bases acima (5') do códon de iniciação. Esta sequência pode parear com algumas bases do rRNA 16S da sub-unidade menor do ribossomo procarioto. A interação entre os dois RNAs é fundamental para a eficiência do início da tradução e ainda oferece uma oportunidade para regular a tradução, pro exemplo, através de proteínas que se ligam ao RBS, bloqueando-o.
Os mRNAs eucariotos, entretanto, não têm a sequência de Shine Delgarno, nem nada semelhante. Ao contrário, a decisão pelo uso de um determinado codon AUG fica dependente de sua proximidade com o cap da extremidade 5' do mRNA. Os nucleotídeos próximos ao AUG funcional também têm influência e uma sequência de consenso em mamíferos já foi identificada (sequência Kozak - criando um ambinete 5'-ACCAUGG-3' para o códon de iniciação; a base A inicial desta sequência parece ser muito importante para o início da síntese protéica). Se o ribossomo não identificar o primeiro AUG na sequência, ele poderá seguir até o segundo ou o terceiro. Isto produz proteínas diferentes a partir de um único transcrito. em geral com o mesmo quadro de leitura (ver mais adiante o significado desta expressão), mas sem os primeiros aminoácidos.
Apenas em alguns casos específicos (mRNA virais sem cap ou, muito mais raramente, mRNAs do próprio organismo) a tradução começa mais internamente no mRNA, num mecanismo semelhante ao procarioto. O sítio de reconhecimento chama-se IRES (para internal ribosome entry site). O ribossomo se liga aí e desliza até o AUG mais próximo, quando se inicia a