Sintese Nene
Amanda Roma
Os primeiros capítulos do livro são sobre a inquietude atual. As ciências empíricas dão testemunho da barbárie por vir e é assustador. Entre a luta humano x mundo quem vence é o “mundo sem nós” (o mundo que elimina a espécie humana). O Antropoceno é o nosso tempo, sem porvir e a maneira que o tempo costumava passar mudou. Uma parte do livro é sobre mito cosmologias ameríndias e com elas, um dos muitos imaginários do fim do mundo. A ação do mito acontece onde não havia nada de mundo mas havia pessoas. Os ameríndios lidam de uma maneira diferente de nós (contemporâneos) com a natureza e cultura, assim podemos começar a descobrir porque nós equacionamos o mundo e também o destruímos. Curioso perceber que a falta de quietude das cosmologias antigas já não nos apareça como infundadas. Nas mitologias indígenas o fim do mundo é indispensável. Os ameríndios nos ajudam a entender o “nós sem o mundo” uma desumanidade que extermina sua própria existência. Chama-se de hiper-objetos, objetos que nos desafiam a percepção que temos do tempo e do espaço - “porque estão distribuídos de tal maneira pelo globo terrestre que não podem ser apreendidos diretamente por nós, ou então que duram ou produzem efeitos cuja duração extravasa enormemente a escala da vida humana conhecida” trecho escrito por um dos autores. Para ele são hiper-objetos a mudança climática, a guerra atômica, o aquecimento global, os materiais radioativos. Um hiper-objeto pode ter efeitos lentos, como é o caso do aquecimento global, efeitos nos quais nem podemos medir de imediato, só podemos ver depois do ocorrido. “Hoje, ao se falar em crise ambiental, não se pode deixar de lado o fato de que, sem as outras formas de vida, a espécie humana sequer existiria…] e que a extinção em massa de outras espécies muito provavelmente significaria, por si só, a extinção da nossa”. O ser humano, a espécie que se considera pensante, crítica, dominante está ameaçado pela destruição que