Sintese do conto machadiano teoria do medalhão

Machado de Assis é considerado o maior expoente da literatura brasileira e do Realismo no Brasil, pois desenvolve em sua ficção uma análise psicológica e universal que sela a independência literária do país. O conto Teoria do Medalhão não apresenta narrador, o que o faz um diferencial. É caracterizado por apresentar-se em diálogo direto entre pai e filho, este ao completar 21 anos, tornando-se de maior idade e, para o pai, ele tem que ser ovacionado e receber posses, assim como o Medalhão. Mostra o lado irônico e satírico machadiano, pois ao enfocar uma aparente inocência no diálogo das personagens, no qual o pai aconselha ao filho que não faça uso de ironia e sátiras em sua vivência, Machado já está fazendo uso de ambos os aspectos por conta da sociedade da época. O conto de Machado é desenvolvido no psicológico, visto no parágrafo do conto Teoria do Medalhão, Papéis avulsos, página 21:
– Saiu o ultimo conviva do nosso modesto jantar. Com que, meu peralta, chegaste aos teus vinte e um anos. Há vinte e um anos, no dia 5 de agosto de 1854, vinhas tu à luz, um pirralho de nada, e estás homem, longos bigodes, alguns namoros...
Marcado por data, e flashback, destacando as memórias vividas, e outros trechos durante o diálogo a respeito do futuro de Janjão (o filho). O pai é representado por uma figura suprema e autoritária, enquanto o filho apresenta uma postura passiva, que historicamente é comum, tendo em vista a sociedade patriarcal. Faz-nos refletir acerca da supervalorização do ‘parecer’ ao invés do que realmente se ‘é’, pois, historicamente, foi preservada a imagem, as aparências, o contexto social, realidade da sociedade do século vigente. Machado, assim como em Dom Casmurro e outros de seus escritos, mostra a repercussão desenvolvida perante à imagem, fazendo-se crítico e ironizando essa atitude e esse contexto hipócrita da sociedade.
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¹Graduanda da UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – Licenciatura Plena em Letras – Português/Inglês e suas