sinistralidade rodoviaria
Os acidentes de viação constituem um fenómeno amplo e complexo encontram a sua maior manifestação no espaço urbano. Nas cidades dos países em vias de desenvolvimento, como é de caso de Angola, o crescimento acelerado do número de veículos automóveis em circulação nas estradas, sem no entanto se fazer acompanhar pela devida expansão da rede viária ou pelo melhoramento das vias existentes, têm resultado em congestionamento das rodovias que muitas vezes culminam em acidentes de viação.
A vida urbana tem conduzido ao “desencantamento com a esfera pública”. Alguns dos sintomas deste desencantamento aparecem claramente na vida quotidiana: a debilidade dos laços sociais pode ser vista na criminalidade; o tráfego rodoviário tornou-se uma espécie de campo de batalha para sujeitos que parecem não ter ligação alguma uns com os outros; na ausência de confiança mútua que é extremamente necessária para construir qualquer projecto de vida que, pelo menos em alguma medida, tome em consideração o espaço público, ou seja, o “espaço do outro1.” ()
Dados estatísticos apresentados no nosso país indicam que, somente no primeiro semestre do ano
No entanto, o que nos preocupa como pesquisadores, não são os dados estatísticos apresentados, mas sim a racionalidade que orienta os condutores no uso das vias e dos espaços urbanos e, como essa racionalidade pode contribuir para a produção e reprodução de comportamentos tais como: a condução em estado de embriaguez, ou o desrespeito às normas de trânsito em geral, entre outras que são, geralmente, rotulados como sendo as principais causas dos acidentes.
Todos os actos humanos são regra geral racionais, isto é, fazem sentido para quem os executa, visam certos objectivos, adequam meios, traduzem a monitorização reflexiva do comportamento.2 Neste âmbito, torna-se pertinente procurar compreender os factores sociais que estão por detrás dos acidentes de viação, de modo a evitar essencialismos na explicação deste