sindromes de floração
(Observação: pulei o abstract, já que ele meramente resume, bem superficialmente, o exposto na introdução).
1 – INTRODUÇÃO
A descoberta de que flores são moldadas principalmente através da seleção natural por seus polinizadores foi feita por Darwin, o qual tinha um interesse vitalício nos sistemas de polinização das plantas. As duas edições de seu livro sobre a polinização das orquídeas (Darwin 1862, 1877) forneceu um novo panorama adaptacionista para os estudos da polinização (Harder & Johnson, 2009). Todavia, os estudos evolucionários sobre flores na era Vitoriana eram, em sua maioria, limitados à descrição da “morfologia funcional”, usualmente aceita acriticamente como evidência da adaptação. Darwin especulou que os agentes polinizadores podem ter sido instrumentais para a irradiação de angiospermas (Friedman, 2009), mas progressos posteriores acerca deste tópico permaneceram estagnados por quase um século. Foi apenas com a ascensão da ecologia e da “biossistemática” nos anos 60, seguida pelos filogenéticos e pela biologia comparativa no final do século XX, que o interesse na diversificação provocada por polinizadores realmente floresceu. O desenvolvimento de um modelo conceitual da diversificação conduzida por polinizadores pode ser atribuído a Grant e Stebbins (Grant, 1949; Grant & Grant, 1965; Stebbins, 1970). Grant & Grant (1965) reconheceram que os polinizadores são distribuídos num mosaico geográfico, ao qual eles atribuíram o nome de “clima de polinização”, e que a seleção de flores, por conseguinte, diferiria ao longo das diferentes variedades dentro de uma mesma espécie, em alguns casos conduzindo a trocas de polinizadores (utilização de diversos polinizadores através da modificação de traços florais), o que, a seu turno, implica a precipitação do fenômeno da especiação. Os estudos de Grant sobre as Polemoniaceae, embora atrapalhados pela