Sindrome pós pólio
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/hidrica/doc/SPP08_manual.pdf
Prefácio
Nas últimas três décadas tem-se observado mais acuradamente ao redor do globo que muitos dos indivíduos que tiveram a poliomielite paralítica desenvolvem, décadas mais tarde, um conjunto de problemas de saúde como fadiga excessiva, dor muscular e articular, e a nova fraqueza muscular, o mais alarmante de todos os sinais e sintomas. Na década de 70, por causa de poucos artigos na literatura médica sobre as alterações neurológicas, a postura dos profissionais de saúde foi de ceticismo. Para complicar ainda mais, esse conjunto de sintomas não tinha nome. E sem nome, não existia doença. Somente na década de 80, após o conhecimento da história de milhares de pessoas com os mesmos sintomas na fase tardia da pólio, a comunidade médica adotou o nome Síndrome Pós-Poliomielite (SPP).
A síndrome Pós-Poliomielite, entretanto, não foi uma nova descoberta, os sintomas foram descritos pela primeira vez na literatura médica francesa em 1875, e na literatura médica mundial cerca de trinta e cinco artigos foram publicados até 1975.
Em nosso país a história registrada da transmissão autóctone do vírus da poliomielite foi de 78 anos e após dezoito anos do último caso muitos dos sobreviventes estão vivenciando os sintomas da SPP.
Temos observado, sob uma forma sistemática que a SPP é uma realidade no
Brasil. Mais de cinqüenta por cento dos pacientes atendidos em nosso serviço com história prévia de poliomielite apresentam a nova fraqueza muscular, acompanhada de outros sinais e sintomas muitas vezes de caráter limitante. A caracterização dessa entidade exigiu uma mudança na forma de atendimento a estes pacientes, sob uma forma padronizada com envolvimento da multidisciplinalidade. Descobrimos que estes pacientes são diferentes, apresentam características próprias que precisam ser melhor