Sindrome de help
Dr Alberto Zaconeta
CRM 9986-DF
Médico Ginecologista Obstétrico
Hospital Santa Lúcia – Gravidez de Alto Risco
Mestre em Ciências da Saúde pela UnB
A síndrome HELLP caracteriza-se pela associação de plaquetopenia, aumento das enzimas hepáticas e presença de hemólise em paciente gestante. O acrônimo foi cunhado por Wenstein em 1982 e representa as iniciais das alterações laboratoriais na língua inglesa (Hemolysis; Elevated Liver enzimes; Low Platelets). Até seu reconhecimento como entidade especifica, essa síndrome era frequentemente confundida com quadros de hepatite ou colecistite, levando a retardos no tratamento que culminavam em desfecho desfavorável para a gestante e o feto. Apesar de poder ocorrer isolada, a síndrome de HELLP geralmente aparece como complicação da pré-eclâmpsia, podendo ser reconhecida em 4% a 12% das gestantes pré-eclâmpticas. O evento primário subjacente à síndrome parece ser a isquemia placentária, com liberação do Fator Circulante Tóxico Endotelial (FCTE), que causaria dano às substâncias vasoconstritoras serotonina e tromboxane A2. Essas substâncias causariam um vasoespasmo generalizado, agravando o dano endotelial e promovendo mais agregação e consumo de plaquetas, além da ativação do sistema da coagulação e depósito de fibrina nas paredes vasculares. A hemólise decorreria da ruptura das hemácias ao passar pelos capilares anormalmente estreitados (anemia hemolítica microangiopática). Em nível hepático, a constrição vascular produziria a necrose hepatocelular e hemorragia no espaço de Disse, explicando o aumento das transaminases. O sangue extravasado do espaço de Disse pode dissecar o tecido conectivo periportal e formar um hematoma subcapsular, cuja a ruptura tem conseqüências catastróficas para a gestante. O quadro clínico está composto por sintomas inespecíficos do tipo mal-estar generalizado (90%), dor epigástrica