Sinal de contradição
Pe Paolo Cugini
p.cugini@yahoo.com.br
Uma coisa é acreditar em algo quando tudo mundo acredita naquilo, outra coisa é perseverar numa ideia apesar de ser minoria ou, talvez, sozinho. Parece-me ser este o caso das pessoas que hoje estão levando a sério a Palavra de Jesus: aceitar de ser minoria. Como permanecer firme a um ideal quando o contexto vive e afirma o contrário? Aonde encontrar a força para perseverar na contradição? Ainda mais: como viver esta contradição de uma forma serena, feliz e não forçado, aguentando, apertando os dentes? Como viver a fidelidade ao Evangelho de Jesus num contexto aonde até dentro da comunidade cristã a sua mensagem é manipulada?
A cultura pós-moderna na qual vivemos está afetando de forma contundente o amago do cristianismo. De fato, a uma proposta de eternidade, o pós-moderno oferece o tudo agora, numa ideia de tempo fragmentado, que ignora totalmente a perspectiva de um futuro. O cristianismo se apresenta com uma proposta de amor que dura para sempre, enquanto o pós-moderno apresenta como reais relacionamentos que valem até quanto duram. Jesus nos ensinou a servir os irmãos, sobretudo os mais pobres, propondo um caminho de humildade, enquanto a cultura pós-moderna declara tudo isso mera bobagem, pois aquilo que vale é aquilo que ganhamos e que enche o nosso bolso. Mais ainda. Jesus nos ensina que o caminho da salvação passa para uma vida de renuncia, de renegação de si mesmo para dar espaço à proposta do Reino de Deus e da vida eterna. A pós-modernidade, pelo contrário, perante este discurso faz uma grande gargalhada achando um absurdo esta proposta, que não passa de um masoquismo inatual, pois aquilo que vale é exatamente aquilo que podemos gozar agora, no nosso presente, que a única coisa real. Sendo realistas podemos nos perguntar: quantos dos jovens que frequentam as nossas comunidades vivem a proposta do namoro do jeito que a Igreja apresenta? Quantos leigos e leigas são fieis na