Sinais não verbais
SINAIS NÃO-VERBAIS DO FLERTE
Lidia Natalia Dobrianskyj Weber 1
Resumo: diversos pesquisadores têm evidenciado a existência de uma classe de expressões e gestos não-verbais no comportamento humano que fazem parte do flerte ou do cortejamento. Embora haja uma grande variabilidade na exibição destes sinais, estudos etológicos têm evidenciado que alguns destes gestos e expressões apresentam características universais, ou seja, aparecem de forma muito semelhante em culturas diferentes. Uma das características básicas destes sinais de flerte é a indicação de submissão, a qual seria oposta a um perigo de agressão, e isto facilitaria a aproximação das duas pessoas.
Imagine que você está num país muito distante, com costumes bastante diversos daqueles praticados onde você mora. Imagine ainda que não fala uma só palavra da língua deste país. Você acredita que saberia como se comportar com uma pessoa pela qual estivesse atraído? Saberia dizer se uma pessoa está interessada em conhecer você somente pelos seus gestos, tom de voz e expressões faciais? Se você respondeu afirmativamente não precisa julgar-se muito pretensioso. A maioria de nós, humanos, sabemos nos comportar e decodificar sinais não-verbais que indicam flerte e/ou cortejamento e/ou sedução 2, embora, na maior parte das vezes, não sejamos capazes de descrever de maneira consciente esses sinais. Muitos pesquisadores têm estudado o comportamento de cortejamento de inúmeras espécies animais e existe uma literatura abundante sobre o comportamento de aproximação amorosa de pássaros, peixes, ratos, macacos e até elefantes. No entanto, os estudos sobre o flerte na espécie humana são escassos, havendo até um certo preconceito entre os acadêmicos sobre este tema, considerado frívolo e desnecessário. Na verdade, o flerte humano é uma espécie de ritual (ou será arte?) que também pode ajudar na compreensão