Simone Godard Fabre
739 palavras
3 páginas
Na terceira parte de nosso estudo, teremos evidentemente de perguntar se o rápido avanço da democracia nos últimos cinco séculos veio acompanhado da felicidade ou da infdelicidade dos povos (p.100)A palavra democracia, tantas vezes empregada no correr dos séculos pelos filósofos para designar teoricamente um modelo de regime politico, só se impôs durante o sec xix na linguagem sociopolítica. (p.197)
• A democracia não mais designa apenas um esquema institucional pertencente ao quadro jurídico da politica, mas também o fato social que caracteriza a potencia ativa do povo no espaço público.
• A democracia, declarava Royer Collard, em 1822, quis modificar o estado interno da sociedade, e ela o modificou, e a democracia tendo-se tornado a forma universal da sociedade, acabou se instalando por toda parte
• Mais tarde, tocqueville: a democracia como uma maneira de ser da sociedade.
• As transformações da democracia desde o sec xix, fora, se consolidando e se acelerando, fizeram dela um lugar de conflitos e enfrentamentos, manifestando a impossível neutralidade ideológica dos cidadãos. É como se ao realizar as esperanças contidas em seus princípios fundadores, corresse com uma frequência cada vez maior o risco de trair ou de perder sua inspiração originaria: paradoxalmente, o alento politico que fez surgir e crescer se enfraquece quando ela se torna um fenômeno social. Portanto é menos a politica democrática moderna que a sociedade democrática que se vê corroída por dificuldades e problemas. Os ímpetos que a animaram engendraram, além de sua inflação, distorções tais que a ênfase que ela abriga provoca, desde seu interior, sua fragilidade e sua precariedade. A democracia é, pois, forcada a se defender de si mesma.
• A democracia é uma mistificação ou, até, que ela traz em seu cerne sua própria falência.
• Para os homens de hoje, a democracia não aparece como uma obra a ser refeita incessantemente, e que, no entanto, nenhum povo jamais conseguira completar?