Simmel e as Grandes Cidades
Pedro Macedo Storani Botelho
Análise do texto
“As grandes cidades e a vida do espírito” de Georg Simmel
Primeiramente, para compreendermos melhor todo o discurso de Simmel nesse texto, devemos nos colocar no contexto socioeconômico da época vivida pelo autor.
Siemmel nasceu no auge da revolução industrial, com uma turbilhão de mudanças sociais acontecendo no mundo. Houve o disparo na produção das fábricas, a consolidação do capitalismo na sociedade, a divisão social do trabalho e, também, como ele vai descrever, houve o boom da população das cidades na Europa. Ora, nela é que se concentravam as indústrias e os centros comerciais e monetários dos Estados. Logo, era lá pra onde todos queriam ir, e com isso o êxodo rural começou de maneira avassaladora na Europa. É exatamente sobre esse tema que o autor vai discorrer ao longo do seu texto, escrito em 1903.
No texto, Siemmel se preocupa em descrever como é a vida nas cidades grandes e como ela se diferencia da vida das cidades pequenas. E para defender seu argumento, ele nos dá um explicação bem simples do que podemos observar nitidamente de diferente.
Nas cidades grandes, devido à aceleração da vida cotidiana (proveniente das transformações causadas pela revolução industrial) e por fato de estar no centro das atividades econômicas do país, seus habitantes foram acostumados a reagir com o entendimento aos estímulos que ele sofre da vida cotidiana. Ou seja, devido à esse novo contexto social, as cidades passaram a exercer novas condições psicológicas sob os seus cidadãos, fazendo com que ele não reaja com ânimo, ou com qualquer outro sentimento; e sim com que ele aplique a razão nas coisas que ele faz.
Em contraponto, nas cidades pequenas, cujo ritmo de vida é mais lento e mais habitual, as pessoas reagem com ânimo aos estímulos. Elas realmente desenvolvem seus sentimentos e respondem de forma mais passional às coisas ao seu redor.