Simbolismo
Uma das principais características, e que se pode destacar aqui, deste movimento, tem a ver com questões de estética. No contexto simbolista a concepção de estética é baseada em termos essenciais da intuição e não da noção, como assinala Marcuse, que acrescenta: "Seja qual for o objeto (coisa ou flor, animal ou homem) é representado e julgado não em termos de sua utilidade, não de acordo com algum intento ou propósito a que possa talvez servir e também sem ter em vista a sua finalidade e compleição
"internas". Na imaginação estética, o objeto é representado, de preferência, como algo inteiramente livre de tais relações e propriedades, como ser que se é livremente." (MARCUSE,
Comecemos por Eugênio de Castro, o introdutor do simbolismo em Portugal.
Um Sonho
Na messe, que enlourece, estremece a quermesse... O sol, celestial girassol, esmorece... E as cantilenas de serenos sons amenos Fogem fluidas, fluindo a fina flor dos fenos...
5. As estrelas em seus halos Brilham com brilhos sinistros... Cornamusas e crotalos, Cítolas, cítaras, sistros, Soam suaves, sonolentos,
10. Sonolentos e suaves, Em Suaves, Suaves, lentos lamentos De acentos Graves
15. Suaves... Flor! enquanto na messe estremece a quermesse E o sol, celestial girassol, esmorece, Deixemos estes sons tão serenos e amenos, Fujamos, Flor! à flor destes floridos fenos...
20. Soam vesperais as Vésperas... Uns com brilhos de alabastros, Outros louros como nêsperas, No céu pardo ardem os astros...
Ao analisarmos o poema acima, podemos destacar o que mais caracterizou este autor, que abre caminho a uma expressão surrealizante. Um poema feito em versos regulares, mas que consegue compor a expressão