Simbolismo
O simbolismo dividiu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do século XIX e o início do século XX.
O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por inúmeras tendências literárias e filosóficas, representando , no geral, a superação das teses centrais divulgadas pela geração de 70. Aliás, muitos autores realistas já não endossam mais aquelas ideias radicais , como se pode ver pelo modo como Antero de Quental e Eça de Queirós , por exemplo, reveem suas posições intelectuais.
Surgem movimentos renovadores de cunho antimaterialista e antipositivista. A filosofia do espírito ressurge e ideias nacionalistas começam a ganhar terreno na literatura.
Cumpre destacar que a agitação política contra a monarquia tornava-se cada vez mais intensa, vindo a culminar , em 1910 , com a instauração da república. O movimento nacionalista vinha, pois, fomentar a exaltação de valores nacionais e, se por vezes pecou por um sentimentalismo excessivo, constituiu um fator importante na restauração psicológica de uma sociedade em crise.
Sobre essa renovação espiritual, assim se manifesta o crítico Antônio Soares Amora: "O movimento de reabilitação do espírito foi mais longo; sem cogitar de p6or em dúvida as verdades e as possibilidades cognoscentes das ciências positivas, no que respeita a matéria, impôs a convicção de que as verdades sobre o mundo exterior, afirmadas por todas as manifestações da espiritualidade do homem, não são menos verdades que as apura a inteligência com métodos científicos. Deste modo, reabilitaram-se as verdades do idealismo,