Simbolismo
Sem o Romantismo, com sua oposição ao uso desmedido da Razão, o Simbolismo não existiria, pois ele se apropria dos princípios românticos e os aprofunda de tal forma que nem o romântico mais contagiado pelas raízes desta Escola o faria. Os simbolistas percorrem, assim, caminhos mais ousados e irracionais, recorrendo ao uso extremo dos símbolos e do misticismo. Os simbolistas adotavam uma visão pessoal e individualista da realidade, sem se ater muito aos princípios estéticos então vigentes. Isto lhes valeu o pejorativo apelido de ‘decadentistas’.
Para os adeptos do Simbolismo, não basta sentir as emoções, mas é necessário levar em conta também a sua dimensão cognitiva. Esta é a real postura poética, segundo seus seguidores. Este movimento se reveste igualmente de um marcante subjetivismo, ou seja, de um teor individualista, em detrimento da visão geral dos fatos. A musicalidade é um de seus atributos que mais se destaca; assim, os simbolistas usam ferramentas como a aliteração e a assonância. Além disso, o Simbolismo revela-se um movimento de caráter transcendental, sempre resvalando para a imaginação e a fantasia, privilegiando a intuição para interpretar os dados do real, desprezando a razão ou a lógica.
Os sonhos são para os discípulos do Simbolismo ferramentas fundamentais para compreender experiências ancestrais do homem, em épocas nas quais prevaleciam sensações caóticas e anárquicas, que hoje são relembradas pelo sujeito apenas em suas experiências oníricas ou nas sessões psicanalíticas. Esta escola é essencialmente literária, pois realiza no âmbito da Literatura uma completa renovação.
Em Portugal o Simbolismo desembarcou no século XIX, com a publicação de “Oaristo”, de Eugênio de Castro, em 1890.