Simbolismo
Para o poeta simbolista, a importância do símbolo residirá no fato de que ele será o elo entre a realidade física e a sensorial. Isso é importante porque o simbolista não estará preocupado em descrever a realidade, mas em senti-la, em sugeri-la, em idealizá-la. É aí que o símbolo, com toda a sua riqueza sugestiva, pode funcionar como mediador entre a realidade material e a realidade onírica do poeta, uma realidade individualista, vaga, misteriosa. O símbolo, nesse aspecto, será um reflexo das meditações filosóficas, espirituais, abstração inerentes ao caráter intimista do poeta. É a forma como ele vê e concebe a realidade: buscando sua face mística, encantadora, surreal. É com o símbolo que o poeta pode mostrar sua visão de mundo, despertar em seus interlocutores as sensações mágicas que abstrai da realidade. É através do símbolo que o poeta pode condensar duas realidades: o mundo real e o mundo dos sonhos. Ao construir o seu poema, o simbolista poderá abordar vários temas todos inter-relacionados, mas é através do símbolo que conseguirá resolver como homem e como artista.
3 O Simbolismo em Portugal (1890-1915)
A poesia simbolista tem relação com a recuperação de alguns valores não-materiais após a década de 1870.
Em Portugal registrou-se pelo menos um grande momento de crise econômica nos anos de 90 e 91, assinalado pelo descrédito do povo em relação à Monarquia. È nessa conjuntura que surge o grupo de escritores conhecido como “Os Vencidos da Vida”, denominação reveladora do espírito depressivo que se viveu na época. Desse grupo de curta duração, faziam parte escritores realistas, como Eça de Queirós e Guerra Junqueiro.
Este período apresenta algumas particularidades. Além da poesia ligada às características gerais do movimento, há correntes voltadas para as tradições históricas e culturais do país, responsável por um forte sentido nacionalista, concentrado, principalmente, no repúdio à Inglaterra e na