Simbolismo e poder Comunicacao e semiotica
Desde TENRA idade nossas crianças entram em contato com uma lenda fundamental da civilização do Ocidente. Essa narrativa descreve como os homens foram seres radicalmente fracos e miseráveis nos tempos de sua origem. Fundador, esse mito narra também como, gradativamente, por intermédio de “conquistas” sucessivas, mediante a superação de etapas consecutivas, os homens – ou pelo menos alguns deles – foram modificando sua situação inicial de inferioridade. Segundo esse relato, de seres dominados e escravizados pelo ambiente, os homens ascenderam a uma situação privilegiada na qual podem se contemplar como sendo os grandes vitoriosos de uma guerra que travaram contra o mundo. O resultado desse “progresso” é que os humanos se podem ver agora como os legítimos controladores e dominadores da natureza.
Na paisagem fundamental que esse mito desenha, inapelavelmente comparecem a hostilidade e a agressividade dos animais, aliadas à quase total incapacidade dos seres humanos primordiais. Aparecem também como inimigos a vegetação, apresentada quase sempre como ressecada e espinhosa; e os fatores climáticos, narrados geralmente como extremos de frio ou de calor, de ventos, de relâmpagos ou de chuvas. Em síntese, o que encontramos como conteúdo dessa narrativa é nada mais nada menos que o homem, um pobre-coitado, lançado contra os caprichos de um Universo que o rejeita.
Todos acabamos por conhecer as ideias propostas por essa visão da origem