Silvio Romero - O espetáculo das raças
A produção de Silvio Romero se destacou pelo radicalismo das posições e o apego ao naturalismo evolucionista, em oposição ao positivismo francês. Empregando uma terminologia até então desconhecida – retiradas de autores como Haeckel, Darwin e Spencer - Romero via na mestiçagem a saída para uma possível homogeneidade nacional. O intelectual de Recife via no “critério etnográfico” a chave para desvendar os problemas nacionais. A partir daí, tudo passava pelo fator raça, e ele que explicaria o futuro da nação.
Silvio Rabello acredita que a teoria de Silvio Romero se aproxima de um “arianismo de conveniência”, no qual se sustentava o modelo da seleção, a eleição de uma raça mais forte, sem que, no entanto, se incorresse nos supostos dessa postura que se preocupava em denunciar o caráter letal do cruzamento de raças distintas. A mistura das três raças formadoras se transformava em elemento tão fundamental que Romero até ironizava a situação política, afirmando: “este será, um dia, um verdadeiro pais mulato. O primeiro Imperador foi deposto porque não era nato, o segundo há de sê-lo porque não é mulato”. Apesar do elogio a mestiçagem, o autor deixa claro que Romero não era um defensor da igualdade entre os homens. Ao contrário, esse pensador foi um fiel seguidor do determinismo racial.
A “REVISTA ACADÊMICA DA FACULDADE DE DIREITO DE RECIFE”
Idealizada como um veículo de responsabilidade imediata dos docentes da faculdade, o periódico já em seu primeiro número (1891) declarava suas metas: “provocar e incitar a produção scientifica ainda tão fraca em nosso paiz; estabelecer laços de solidariedade intelectuais entre os diferentes núcleos nacionais e estrangeiros; dar maior força as faculdades de