Sifilis
A sífilis no século XVI- o impacto de uma nova doença
Syphilis in the 16th century: the impact of a new disease
Benedito Geraldes Neto1; Zaida Aurora S.G. Soler2; Domingo Marcolino Braile3; Wilson Daher4
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Médico, mestrando da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). Enfermeira, doutora e livre-docente em enfermagem, docente e orientadora da graduação e pós-graduação da FAMERP, Diretora Adjunta de Extensão de Serviços à Comunidade da FAMERP. E-mail zaida@famerp.br 3 Médico, doutor e livre-docente em medicina, docente e orientador da graduação e pós-graduação da FAMERP, Diretor Adjunto de Pós-Graduação da FAMERP 4 Médico, doutor em medicina, docente e orientador da graduação e pós-graduação da FAMERP
Resumo
Nos últimos anos do século XVI, a Europa foi assolada por uma grave epidemia de sífilis, doença até então desconhecida, que em pouco tempo se espalhou por todo o continente. A princípio, a doença recebeu várias denominações, como Mal de Nápoles, Mal Francês e outras, cada povo culpando os inimigos. O termo sífilis foi introduzido por Girolamo Fracastoro em 1530, mas seu uso tornou-se corrente apenas no século XVIII. Nos primeiros anos da epidemia, o quadro clínico era muito grave, surpreendendo a população e os médicos que não sabiam como enfrentá-la. Logo foi constatado seu modo de transmissão venéreo, passando a ser considerada como castigo divino. Várias teorias foram apresentadas para explicar sua origem. A população reagia com medo e segregação. Como era de se esperar, proliferaram os charlatães, que foram na verdade os introdutores do mercúrio na terapêutica. Incorporado pelos médicos, o mercúrio foi o primeiro medicamento específico contra a sífilis e foi utilizado por cerca de 450 anos, até meados do século XX. Sífilis, Epidemias; História da Medicina, Doenças de Transmissão Sexual. In the last years of the 16th century, Europe was struck by a serious epidemics of syphilis, till then an